sexta-feira, 27 de março de 2015

Resenha: La Lá - Rosa

O som de Rosa, o álbum de estréia da cantora peruana La Lá, é de difícil classificação. Em algumas canções, é possível ouvir reflexos da cantora argentina Mercedes Sosa, como no caso da jazzística faixa Sirena. Às vezes, La Lá soa como uma versão andina da Feist, como no caso da canção Oeste, que conta com um dueto de vozes e saxofone que poderia muito bem ter saído de algum dos últimos álbuns da canadense. Mas a cereja do bolo é mesmo a faixa Animales, uma das mais belas composições lançadas em 2014. Com uma sonoridade típica dos Andes, principalmente devido ao som característico do charango, a canção é de uma doçura que chega a emocionar. A composição é delicada e nos transporta para o mundo dos sonhos, guiados pelos improvisos vocais da cantora. A música possui momentos de tensão e de suavidade que se intercalam criando uma atmosfera intimista e épica ao mesmo tempo. E, tudo isso, utilizando apenas três instrumentos, além da voz.
Há um certo minimalismo nas 13 canções de Rosa, todas comandadas pelo violão e pela voz suave de sua cantora – muitas das faixas não contam com nenhum instrumento de percursão. As canções são breves e o disco é bastante coeso e equilibrado. Para ouvir inteiro várias vezes.

Pra quem gosta de: Feist, Vashti Bunyan, Mayra Andrade, Sade, Céu.
Ouvir: Animales, Salchipapa, Oeste.

sexta-feira, 13 de março de 2015

Resenha: Skrat - The Queen

Não é exagero dizer que The Queen, terceiro álbum do power trio indiano Skrat, é um dos discos mais Rock'n'Roll de 2014. Com canções dançantes, riffs de guitarra poderosos e uma produção caprichada, esse divertidíssimo disco pode ser a porta de entrada da banda no circuito internacional independente (se eles contarem também com alguma sorte).
Durante boa parte do álbum a banda soa como um Arctic Monkeys que resolveu utilizar mais (e com mais potência) a guitarra, como no caso da faixa-título, que já começa sob o ataque arrebatador da guitarra distorcida. As faixas seguem ritmo acelerado. Algumas, já começam de forma agressiva, como na percursiva Bang Bang Bang, enquanto outras, tem uma introdução mais morna mas que já prenuncia a chegada de seu clímax a qualquer hora - isto é, assim que começar o refrão. Os rapazes do Skrat conseguem fazer um rock de garagem autêntico, com um pé no pop mas sempre colocando a guitarra em lugar de destaque – como poucas vezes tem ocorrido no mundo do pop rock ocidental.

Ouvir: The Queen, Love Rider, Favourite Song.
Pra quem gosta de: Arctic Monkeys, The Vines, Black Drawing Chalks